Três dias. Três míseros dias. Foi esse o tempo que a justiça brasileira levou pra mostrar que, no fundo, continua a mesma — vestida de toga, mas ajoelhada diante dos poderosos.
Fernando Collor, o caçador de marajás com as mãos sujas de passado, teve sua passagem relâmpago pelo xilindró. Nem esquentou o banco da cela, nem desarrumou a cueca.
Enquanto isso, nós, os sem-pedigree, seguimos presos na plateia desse teatro grotesco, onde a elite tem tornozeleira de grife e o povo, tornozelo pisado.
Neste episódio, a Chica Marrenta não perdoa. Passa o país a limpo com ironia, revolta e memória afiada. Um retrato sem filtro do Brasil que ainda acredita em justiça — mas só pra pobre, preto e periférico.
Porque no Brasil, cadeia é lugar de classe.
E Collor?
Collor virou lenda.
Lenda da vergonha nacional.