• “Trump já destruiu em grande parte a ordem liberal internacional que os EUA construíram”
    Jul 10 2025

    No episódio desta semana do podcast Diplomatas, a jornalista Teresa de Sousa e o investigador Carlos Gaspar (IPRI-NOVA) analisaram os últimos capítulos da “guerra comercial” e tarifária lançada pela Administração Trump a aliados e adversários, no dia em que terminou a pausa de 90 dias decretada em Abril pelo Presidente dos Estados Unidos.

    A cimeira dos BRICS, realizada no domingo e na segunda-feira no Rio de Janeiro, com Lula da Silva (Brasil) como anfitrião, e Xi Jinping (China) e Vladimir Putin (Rússia) como principais ausências, também foi objecto de discussão no podcast.

    Para o fim do episódio ficou a análise à terceira viagem de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, à Casa Branca, para dois dias de reuniões com Trump, dedicados à Faixa de Gaza e à estratégia mais alargada dos dois aliados para o Médio Oriente, que também incluíram a indicação do Presidente dos EUA ao Nobel da Paz, por iniciativa do primeiro-ministro israelita.

    Texto de António Saraiva Lima

    See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Show More Show Less
    41 mins
  • Sánchez não se demite em Espanha porque “não tem para onde ir”
    Jul 3 2025

    Quase duas semanas depois de os Estados Unidos terem atacado o Irão, as atenções voltaram a virar-se para a Faixa de Gaza e para a Cisjordânia. Donald Trump recebe Benjamin Netanyahu no início da próxima semana, na Casa Branca, e quer que o primeiro-ministro israelita aceite um cessar-fogo de 60 dias no enclave palestiniano.

    Este é um dos temas do episódio desta semana do podcast Diplomatas (IPRI-NOVA), com a jornalista Teresa de Sousa e o investigador Carlos Gaspar.

    O programa também inclui uma análise aos efeitos políticos do escândalo de corrupção que envolve altos quadros do PSOE, em Espanha, e uma reflexão sobre o primeiro ano do Governo trabalhista do Reino Unido.

    Para o fim, houve ainda tempo para uma nota sobre as implicações do anúncio desta quarta-feira do 14.º Dalai Lama sobre o seu sucessor, que contemplou um aviso à China: haverá nova reencarnação do líder espiritual do budismo tibetano e “ninguém tem autoridade para interferir” no processo.

    See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Show More Show Less
    42 mins
  • “A Base das Lajes foi essencial para salvar Israel: quer em 1973, quer em 2025”
    Jun 26 2025

    No episódio desta semana do podcast Diplomatas (IPRI-NOVA) olhámos para os ataques dos Estados Unidos contra três instalações nucleares iranianas, numa operação complexa que incluiu a Base das Lajes, e para a estratégia de Donald Trump para assegurar um cessar-fogo entre Israel e o Irão.

    O Presidente norte-americano foi também o grande protagonista da cimeira de líderes da NATO, realizada esta semana em Haia, nos Países Baixos.

    Os Estados-membros comprometeram-se a chegar aos 5% do PIB em despesas militares até 2035 e Luís Montenegro assegurou que Portugal vai alcançar essa meta. Mas só revelou os planos do Governo para antecipar o objectivo dos 2% ainda este ano.

    A jornalista Teresa de Sousa e o investigador Carlos Gaspar analisaram ainda os dados do último relatório do European Council on Foreign Relations.

    Entre os 12 países incluídos nas sondagens, Portugal lidera a lista dos inquiridos que revelam ter mais receio de uma “terceira guerra mundial”, da utilização de armas nucleares e do “colapso” da NATO e da União Europeia. Como se explica isto?

    Texto de António Saraiva Lima

    See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Show More Show Less
    42 mins
  • “Se a derrota do Irão for decisiva, a queda do regime é inevitável”
    Jun 18 2025

    Na sequência do pior ataque sofrido pelo Irão em 40 anos, às mãos de Israel, o episódio desta semana do podcast Diplomatas (PÚBLICO e IPRI-NOVA) foca-se no conflito directo entre duas das principais potências do Médio Oriente, na forma como ele é entendido pelos líderes políticos de ambas as partes e na potencial resposta dos Estados Unidos a mais um eixo de instabilidade na região.

    Teresa de Sousa sublinha que, “ao contrário da guerra em Gaza, que se prolonga e que atinge níveis de violência contra os palestinianos absolutamente desumanos e intoleráveis”, a “obsessão” de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, com o Irão, reúne apoio popular em Israel.

    Com Donald Trump a garantir que os EUA não querem, “por enquanto”, “matar” o Guia Supremo da República Islâmica, Ali Khamenei, mas sem excluir uma potencial participação norte-americana no conflito, ao lado de Israel, a jornalista lembra que só os EUA é que têm capacidade para desmantelar o programa nuclear iraniano através de meios militares.

    Noutra linha de raciocínio, o investigador Carlos Gaspar acredita que “se a derrota do Irão for decisiva, a queda do regime é inevitável”, até, argumenta, tendo em conta o facto de Israel estar a “decapitar o centro de decisão militar” iraniano, criando “um vazio do poder à volta” de Khamenei.

    Do Médio Oriente passamos para Kananaskis, no Canadá, palco da cimeira do G7, que só contou com Trump no primeiro dia, não permitindo novo encontro com Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia.

    Tirando o “número” protagonizado pelo líder norte-americano, Carlos Gaspar salienta o “parágrafo particularmente crítico em relação à China” na declaração do primeiro-ministro canadiano e anfitrião do encontro, Mark Carney, e Teresa de Sousa, fazendo a ponte para a cimeira da próxima semana da NATO em Haia, nos Países Baixos, sublinha que “Trump tem um profundo desprezo por qualquer organização multilateral”.

    Ainda sobre a exigência dos EUA de pôr os Estados-membros da Aliança Atlântica a fixarem as respectivas despesas militares na ordem dos 5% do PIB, Carlos Gaspar olha para a promessa de Luís Montenegro de antecipar a chegada de Portugal aos 2% e defende uma mudança de postura.

    “É indispensável que as autoridades portuguesas – assim com as autoridades espanholas e italianas – tomem a sério a questão da defesa nacional e da defesa europeia, e deixem de fazer figuras ridículas”, critica o investigador. “Não basta os 3,5% ou os 2%; é preciso demonstrar que Portugal é um produtor de segurança internacional.”

    Texto de António Saraiva Lima​

    See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Show More Show Less
    38 mins
  • 40 anos da adesão à CEE: “Europa e democracia eram duas faces da mesma moeda”
    Jun 12 2025

    Este episódio começa com uma viagem de 40 anos no tempo, até à adesão de Portugal na CEE, a 12 de Junho de 1985, quando pelas 11h00 é assinado o tratado de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, a CEE, fechando um capítulo na nossa história e abrindo outro. Teresa de Sousa lembra que Mário Soares considerava que "Europa e democracia eram duas faces da mesma moeda".

    A conversa não termina sem passar pela situação nos Estados Unidos, nomeadamente sobre a crise em torno da cidade de Los Angeles, mas também do divórcio mais famoso do momento, a separação do mais rico, Elon Musk, do mais poderoso, Donald Trump. Um momento que todos viram chegar e de que ninguém quer perder os próximos episódios.

    See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Show More Show Less
    43 mins
  • Polónia abandona “coligação central” que pode “resistir ao imperialismo russo”
    Jun 5 2025

    No episódio desta semana do podcast Diplomatas, a análise da jornalista Teresa de Sousa e do investigador Carlos Gaspar centrou-se na vitória do candidato conservador Karol Nawrocki, apoiado pelo partido ultranacionalista Lei e Justiça, na segunda volta das eleições presidenciais na Polónia.

    Com esta escolha, sublinha o investigador do IPRI-NOVA, o quinto maior país da União Europeia abandona o papel de destaque que tem vindo a assumir, sob a liderança do primeiro-ministro Donald Tusk, na “coligação central” que pode “resistir ao imperialismo russo e reconstruir a defesa europeia”, e que inclui Alemanha, França e, em certa medida, o Reino Unido.

    Carlos Gaspar diz mesmo que a Polónia perdeu uma “oportunidade irrepetível de estar no centro” do “directório europeu” que vai decidir o futuro a médio prazo da segurança da Europa.

    Da Polónia passámos para a vizinha Ucrânia e para o plano de condições “inaceitáveis” apresentadas pelo Kremlin para acabar com o conflito no país que a Rússia invadiu em 2022.

    Nesse contexto, Teresa de Sousa salienta a eficácia dos complexos e surpreendentes ataques militares levados a cabo pelos serviços secretos ucranianos em vários pontos da Rússia, a milhares de quilómetros da linha da frente, que, assegura, “humilharam” o país de Vladimir Putin, principalmente na sua dimensão de “relações públicas”.

    Por fim, Carlos Gaspar analisa a eleição do liberal Lee Jae-myung para a presidência da Coreia do Sul, país que o investigador diz estar, a par da Polónia, na “linha da frente” do conflito na Ucrânia, uma vez que a Coreia do Norte, com quem Seul ainda está tecnicamente em guerra, é o único país estrangeiro que tem soldados a combater ao lado da Rússia no território ucraniano.

    See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Show More Show Less
    44 mins
  • “Netanyahu está a transformar Israel num Estado quase pária por causa de Gaza”
    May 29 2025

    Ao fim de mais de dois meses de bloqueio da Faixa de Gaza, que nos trouxeram imagens e vídeos em catadupa de uma catástrofe humanitária de proporções inimagináveis, o Governo israelita permitiu esta semana a entrada “limitada” e “temporária” de ajuda aos palestinianos.

    Mas deixou de fora as Nações Unidas, temendo a intromissão do Hamas, e optou por mandatar uma organização privada norte-americana a assumir uma tarefa que, segundo a organização mundial, “não está alinhada com os princípios humanitários fundamentais”.

    No episódio desta semana do podcast Diplomatas, analisámos os planos políticos, humanitários e militares de Israel para o enclave, no contexto do conflito regional mais alargado (com o Irão), da pressão internacional crescente sobre Benjamin Netanyahu e das dinâmicas internas que impedem o Governo israelita de colapsar.

    “Netanyahu está a empurrar um país que tinha a solidariedade das democracias, e do mundo em geral, para um beco sem saída. Está a transformar Israel num estado quase pária por causa de Gaza”, diz a jornalista Teresa de Sousa.

    Neste programa conversámos ainda sobre o SAFE, o novo instrumento financeiro da União Europeia para investimentos no sector da defesa e sobre a confirmação do Governo da Alemanha de que foi dada autorização às Forças Armadas da Ucrânia para usarem armas alemãs de longo alcance contra alvos dentro do território da Federação Russa.

    Apesar dos esforços europeus, o investigador Carlos Gaspar (IPRI-NOVA) nota que nem todos os “responsáveis europeus compreenderam que estão em guerra” e diz que é necessária uma participação do Pentágono dos EUA para ajudar a definir as prioridades ao abrigo do SAFE.

    Teresa de Sousa traça um “paralelismo dramático” entre os conflitos em Gaza e na Ucrânia: “Só os Estados Unidos têm força para torcer o braço a Putin ou para torcer o braço a Netanyahu. E a questão que enfrentamos, neste momento, é que o Presidente americano [Trump] tem muito pouco interesse em torcer o braço a Putin.”

    Para finalizar, olhámos para a cimeira da ASEAN, em Kuala Lumpur (Malásia), que contou com a participação da China e dos membros do Conselho de Cooperação do Golfo, à luz da competição geopolítica entre Pequim e Washington.

    “A vantagem da China neste domínio, em relação aos EUA, é a sua disponibilidade para trabalhar com instituições multilaterais, mesmo que seja apenas um gesto simbólico”, sublinha Carlos Gaspar. “Os gestos simbólicos também contam na política internacional.”

    See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Show More Show Less
    42 mins
  • Portugal, a Europa e a extrema-direita: “O centro deixou de existir”
    May 22 2025

    O que une a eleição de um novo Presidente na Roménia, o quase-empate entre socialistas e a extrema-direita no Parlamento em Portugal e o agendamento de um embate presidencial entre europeístas e ultranacionalistas na Polónia?

    No episódio desta semana do podcast Diplomatas, reflectimos sobre a pressão que a direita radical, extrema e populista continua a exercer sobre as democracias europeias e ocidentais e voltámos a questionarmo-nos onde é que o centro moderado está a falhar de forma persistente.

    “A visão que temos de uma política europeia num centro alargado – centro-esquerda, centro-direita, democratas-cristãos, liberais, socialistas, sociais-democratas – pertence ao passado”, diz o investigador do IPRI-NOVA Carlos Gaspar, que considera que a “iniciativa estratégica” é agora da “direita nacionalista, antidemocrática e antieuropeia”. “O centro deixou de existir”, sentencia.

    Com o Chega a colocar-se em boa posição para “roubar” ao PS o estatuto de maior força da oposição em Portugal, depois de contabilizados os votos da emigração, pode estar em causa o pacto de regime, aceite, promovido e defendido por PSD e PS desde a consolidação da democracia, relativo às prioridades da política externa e de defesa de Portugal?

    “A eleição de Trump, que teve um efeito devastador sobre a Europa, acabou por abrir espaço, no Chega e nos partidos nacionalistas e populistas da maior parte dos países europeus, a um discurso trumpiano, que tem como objectivo central acabar com a União Europeia”, alerta a jornalista Teresa de Sousa.

    Neste episódio analisámos ainda as consequências (ou a falta delas) do telefonema entre Vladimir Putin e Donald Trump sobre a guerra na Ucrânia e o “reset” nas relações entre Reino Unido e UE, cinco anos depois do “Brexit”.

    See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Show More Show Less
    44 mins