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Duas pérolas do livro "Laranja-da-China", de Alcântara Machado. Em "O revoltado Robespierre", um curto trajeto de bonde feito pelo personagem é transformando em narrativa com base em seus gestos e comentários. Em "O patriota Washignton", outra viagem, esta de automóvel, de São Paulo a Mogi das Cruzes, é o alicerce para a exposição do patriotismo exagerado do protagonista.

Dois contos com a usual excelência Alcântara Machado na constituição das personagens! Em "A piedosa Teresa", a linguagem coloquial dos participantes da festa vai se costurando à letra da canção de São Gonçalo, para trazer ao leitor o universo de Dona Teresa. Já em "O tímido José", a violência na madrugada fria de São Paulo é quem domina a cena.

Em "Amor de Maria", Inglês de Sousa traz a triste história de Mariquinha, a mais linda moça de Vila Bela. Em meio ao cenário idílico da Amazônia, ela vê chegar à vila o belo Lourenço de Miranda, filho do Capitão Amâncio, que logo se torna alvo do desejo de Lucinda, filha do juiz local. Está formado o triângulo amoroso, cujo desfecho está no malfadado conselho de Margarida, preceptora de Mariquinha.

Uma família celebra o Natal meses antes por conta de o pai ter falecido num 25 de dezembro. Crescido, seu filho decide acabar com essa extravagância, exigindo que um peru seja preparado no dia de Natal. Toda a família vê com apreensão e curiosidade sua proposta, já que o tem como louco, mas, simultaneamente, apreciam libertar-se da obrigação do luto.

Mário de Andrade critica neste conto o Estado Novo, narrando como foi o Dia do Trabalho do jovem operário chamado apenas pelo número, " 35". Indo num crescer, da felicidade ao desalento, o jovem se desloca por São Paulo desde a manhã até o fim da tarde. Resta-lhe, no final das contas, a esperança da democracia e da liberdade para celebrar o seu feriado do trabalhador.

Com uma pitada moderna de metalinguagem, o narrador traz a história de Juca e Maria, que, na adolescência, tem um início de relação de namoro que logo esfria: Juca torna-se um mau aluno e Maria se afasta dele. Essa condição, no entanto, muda: eles crescem, Juca passa a ser estudioso e Maria, dizem, vira uma namoradeira, até casar-se com um diplomata rico e deixar o Brasil.

O que em princípio pode soar como uma história para crianças, se revela, ao melhor estilo de Fialho, uma crítica à alta sociedade portuguesa do século XIX, tema recorrente em sua obra. Mas "para crianças"? Sim! Os patifes são dois gatos. Mimados e inconsequentes. E protegidos e impunes. Uma metáfora brilhantemente explorada pelo autor.

No melhor espírito do Naturalismo em Portugal, Fialho de Almeida, contemporâneo de Eça de Queiroz, faz uma crítica ferina à alta sociedade portuguesa do século XIX, nesse conto que expõe sem filtros o comportamento da aristocracia e da burguesia daquele tempo, tendo por protagonista a jovem condessa Beatrice.

Numa São Paulo que se industrializa, um bairro é acordado pelos gritos de pega-ladrão que irrompem na madrugada. A perseguição é inicialmente caracterizada por grande agitação; os moradores, pincelados com mestria por Mário de Andrade (a portuguesa, a italiana, o jornaleiro e outros), reagem de forma assustada e mesmo histérica, mas aos poucos se solidarizam e se unem na caça ao ladrão.

Um triângulo amoroso que tem por cenário a tradicional festa portuguesa de São Bartolomeu: eis o cerne deste conto de Camilo Castelo Branco, em que dois homens, João e Victor, lutam pelo amor de Isabel. Diante do desfecho terrível desse embate, a moça toma uma decisão drástica.

Conto dos mais notáveis no conjunto da obra de Camilo Castelo Branco, trata-se aqui do mistério em torno da figura do padre Vicente e de uma porta lindamente decorada com motivos religiosos que se mandara construir na localidade de Bragadas. O narrador, mais de 20 anos depois de saber de sua história, se questiona sobre qual teria sido seu fim.

Uma narrativa envolvente esta de "O Tio da América". Com enredo surpreendente, a leitura é daquelas que não se consegue parar, até que chegue ao fim o espanto estampado na face do leitor. Narra-se nele a chegada do tio Sabino à Lisboa, depois de 30 anos no Pará, onde fizera fortuna. Seu sobrinho Carvalhosa, mais a esposa Maria do Resgate, são seus anfitriões e de tudo fazem para bem receber o rico parente.

Uma escritora que se esconde atrás de um nome fantasia e se muda para uma nova casa. Um vizinho lindo que é também a grande inspiração para os livros dela. Ele nem imagina qual seja a verdadeira identidade de Ana. Ela teme que Raoni descubra que sabia tudo sobre a vida dele, antes mesmo de se conhecerem.

"Ninguém jamais divertiu a humanidade como Cervantes! Milagre do gênio: extrair da própria miséria a alegria universal!" O extraordinário texto de Olavo Bilac é mais que um elogio a "Don Quixote" e a seu autor Miguel de Cervantes: é um chamado à reflexão sobre a condição humana.

No conto "Os retratos de família", explora-se o mandamento "honrar pai e mãe", por intermédio da história de Antonio Tavares, que ficou órfão, quase se perdeu na vida, mas foi salvo por respeitar a memória do pai morto na guerra. Extraído do livro "Os contos do tio Joaquim", o texto, que é independente, apresenta esse narrador-personagem, como em outras narrativas da obra.

No conto "Habilidoso", Machado de Assis traz a história de João Maria, aspirante a pintor famoso que, no entanto, nunca alcança sucesso nenhum. Dono de uma loja de trastes velhos, vive quase na miséria, para aí arrastando a família. Sem estudos e sem técnica, seu único reconhecimento é ser habilidoso.

"Não matarás." O sexto mandamento guarda relação com o enredo desta narrativa. O órfão Luiz Tibúrcio é salvo da morte pela fazendeiro José Matheus, que o trata como o filho que não teve. No entanto, sua jovem e fogosa esposa Genoveva tenta seduzir Luiz. Extraído do livro "Os contos do tio Joaquim", o texto, que é independente, apresenta esse narrador-personagem, como em outras narrativas da obra.

Dylan e Addie se apaixonaram há alguns verões, sob o sol da Provença, na França. Quase dois anos atrás, porém, o relacionamento acabou, e eles pararam de se falar. Às vésperas do casamento de uma amiga em comum, os caminhos dos dois se cruzam novamente. Ou melhor, colidem. Quando, logo no início da viagem para a festa, o carro em que Dylan vai com um amigo bate no que Addie está com a irmã e um sujeito que pediu para ir junto, os planos mudam. Addie se vê obrigada a oferecer carona para a dupla, e, espremidos no carrinho, os cinco retomam a jornada.

A mestria de Machado de Assis na constituição de seus personagens é evidenciada no conto "A Herança". Por enredo, tem-se a história de Dona Venância e seus três sobrinhos: Emílio, Marcos e Eugênia. Todos os três amam a tia, mas tem também uma preocupação subjacente que amarra a trama: seu dinheiro.

No conto "Briga de Pastoras", o leitor encontra a temática do folclore na esfera do mundo nordestino. A história de Mário de Andrade se passa na noite de Natal, quando, após o senhor de engenho (que era o anfitrião) se recolher, o narrador manifesta o desejo de ver um pastoril, e lhe é sugerido aquele de Maria Cuncau. Ele vai.