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Em Dois dedos, doutor Silveira é um médico dos anos 1940 que cuida de pessoas muitos pobres e não ganha muito. Até que toma coragem e adentra o gabinete do governador, seu antigo colega de escola, para arrumar um emprego mais bem remunerado. Vinte anos haviam se passado: o governador, agora um homem de olhos empapuçados e um dedo amputado, não reconhece o antigo amigo suburbano, de terno amassado e roupa "entufada na barriga", mais um homem a lhe pedir favores. A temática do comum diante do poder de um político também aparece em Um pobre-diabo.

Em Festa, Fabiano, Sinhá Vitória e os filhos, retirantes nordestinos, vão à festa de Natal na cidade com suas melhores roupas, porém são muito pobres. Baleia, a cadela da família, junta-se ao grupo. A caminhada é longa. Fabiano cansa-se da situação e tira os sapatos, o paletó e a gravata. A igreja e as luzes os encantam. O pai espreme-se no meio da multidão, sentindo-se cercado de inimigos. Lembra-se do "soldado amarelo" que o oprimiu em outra ocasião. Fabiano afasta-se da família e vai beber pinga. Imagina, com raiva, por onde andava o soldado.

Este audiolivro reúne os contos Insônia, Um ladrão, O relógio do hospital, Paulo, Luciana, Minsk, A prisão de J. Carmo Gomes, Dois dedos, A testemunha, Ciúmes, Um pobre-diabo, Uma visita e Silveira Pereira.

Essas histórias de Graciliano Ramos têm um caráter leve e divertido. Alexandre empolga-se com a narração de suas aventuras, muitas vezes impossíveis e inacreditáveis, mas recebe sempre o apoio de sua mulher Cesária. Os vizinhos, acocorados ao seu redor, encantam-se com os “causos”, que só são interrompidos de vez em quando pelo cego Firmino, que pede esclarecimentos de um jeito muito divertido.

Com tom ligeiramente infantojuvenil, o conto “Minsk” traz ao leitor a mesma personagem de “Luciana”. A menina se apaixona pelo periquito que ganhou do tio Severino e o batiza pelo nome de Minsk, que encontra apontando o dedo para um mapa.