Neste episódio, vamos falar de um lado mais sombrio da natureza humana: a agressividade. E como não queríamos arriscar azar, demos-lhe um número especial — 12 + 1/2 — para afastar qualquer superstição.

Mesmo sendo algo que normalmente tentamos esconder ou controlar, a agressividade está bem presente na música. Já tínhamos falado sobre como a música se liga ao nosso mundo interior nos episódios 2 e 8. Desta vez, esta ligação aparece numa versão mais intensa e destrutiva, com duas músicas que puxam (ou provocam) a agressividade: Voodoo People, dos britânicos The Prodigy, e Uninvited, da Alanis Morissette.

A primeira vem com uma batida acelerada e repetitiva (149 bpm) que parece dar voz às emoções mais brutas e negativas. A segunda cria um ambiente estranho, quase ameaçador, com uma letra misteriosa e uma interpretação vocal carregada de tensão.

Vendo as coisas pelos nossos clássicos óculos cor-de-rosa, achamos que esta agressividade tem mais a ver com frustração do que com maldade. E que, ao ouvirmos este tipo de música, conseguimos libertar e limpar essa carga emocional — uma espécie de catarse — sem causar estragos. Mas será que, com outros óculos, isto se vê da mesma forma?

Os Acordes fazem a sua primeira grande viagem de estudo e vão até à Galiza para observar as cordas musicais em ação. Depois de dois concertos e algumas semanas de longas reflexões, percebemos que as cordas desempenham um papel quase mágico na música. As cordas vocais e as cordas das guitarras têm poucas semelhanças físicas, mas funcionam de forma parecida — talvez por isso partilhem o nome. Vibram dentro de caixas de ressonância que, quase magicamente, ampliam e transformam o seu som.

Neste episódio, as “caixas de ressonância” humanas foram ilustres: Lara Fabian e Mario Frangoulis interpretam So In Love, e o incontornável Lenny Kravitz apresenta Spirit in My Heart. Não é um episódio sobre o amor, mas a condição humana não nos deixa fugir dele.

Alguns links interessantes:

• 🌹 Informação sobre a canção So In Love

• 🎬 Playlist do filme De-Lovely

• 🎤 Dimash Kudaibergen: aclamado como “a melhor voz do mundo”

• 🎸 Novo álbum do Lenny Kravitz

Quisemos falar de coleções, explorando seu lado positivo — satisfazer a necessidade de perdurar e deixar um legado — e o seu lado negativo: fomentar a acumulação de objetos e a repetição obsessiva. Despropositadamente, percebemos o quanto este tema se ajusta à época do Natal, marcada pelo consumo excessivo. Assim, fomos revisitamos episódios do podcast de forma espontânea e filosófica:

• música de meditação e ondas cerebrais (Episódio 8);
• transcendência e mortalidade (Episódio 5);
• música instrumental e experimental (Episódios 1 e 6);
• processos mentais na aprendizagem (Episódios 1 e 2)

Propusemos, ainda, uma canção que reflete os ganhos das coleções — o processo de recordar e manter vivas as tradições — e outra que nos convida a refletir sobre alternativas às coleções e ao consumo: o estilo minimalista.

- Rosária Ventura Coelho: https://www.facebook.com/lagrimasdeportugal/videos/mais-antiga-concertinista-de-portugal-103-anos/367357107501659/

- La Monte Young - Compositions 1960 n°9: https://open.spotify.com/track/1Zz6xYuOpRWyo79i52wmt6?si=55HD_fabROq14EGV1zw1Aw