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Litorais: Quentes, pálidos e em perigo

Litorais: Quentes, pálidos e em perigo

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A receita para a destruição de um recife de corais não é difícil. Acrescente poluição para favorecer as algas, coloque uma pitada de pesca indiscriminada para eliminar os peixes que poderiam comer essas algas, e adicionar um evento extremo: uma grande inundação, um ciclone, um furacão ou um episódio de calor intenso devido ao aquecimento global. Pronto! O coral embranquecido está pronto para ser servido!

Essa curiosa e assustadora analogia gastronômica traz uma provinha do que você vai encontrar no segundo episódio de Vozes do Sul: um mergulho no maior e mais desconhecido ecossistema do planeta - os oceanos - para observar os problemas que nós, humanos, estamos causando neles.

Em "Litorais: Quentes, pálidos e em perigo", a equipe de 'Vozes do Sul' conversa com especialistas sobre dois dos mais comentados dilemas ambientais dos oceanos do mundo, que ocorrem justamente no Brasil e na Austrália: o aquecimento e acidificação das águas oceânicas que leva ao branqueamento da Grande Barreira de Corais australiana, maior estrutura do mundo composta unicamente por organismos vivos; e a ameaça que a quase inexorável exploração de petróleo na Costa Equatorial brasileira oferece aos manguezais da região da foz do Rio Amazonas, o mais extenso e mais bem preservado cinturão de manguezais do planeta.

"Em 2016, depois de um intervalo de catorze anos, a gente teve um evento enorme de branqueamento na Austrália. Mais da metade dos corais morreram naquele verão extremamente quente. Essa foi a maior mortandade de corais que a gente já tinha visto na Grande Barreira, e que só foi superada pela de 2024. E quando esse intervalo é assim tão pequeno, não há possibilidade de acontecer uma recuperação decente", explicou à nossa equipe o diretor do Centro de Excelência para Estudos de Recifes de Coral do Conselho Australiano de Pesquisa, Terry Hugues. Conhecido como "sentinela dos corais", Terry é o maior especialista do mundo na Grande Barreira.

Além dele, conversamos também com o gaúcho Nils Asp, que não tem esse apelido oficialmente, mas bem poderia ser chamado de "sentinela dos manguezais" no Brasil. Ele mora e trabalha há 20 anos no Norte do Pará, onde leciona na Universidade Federal do estado e integra o Observador da Foz do Amazonas, uma rede de mais de 100 pesquisadores que trabalham de forma interdisciplinar para entender e propor soluções para os problemas da região.

Para a equipe do The. Conversation, Nils deu uma aula sobre os riscos da exploração de óleo e gás na região, sem esquecer dos componentes sociais, econômicos e de desenvolvimento que tornam essa questão dilema - explorar ou não explorar combustíveis fósseis numa das regiões mais sensíveis para a preservação do planeta - um dilema ainda mais complexo.

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Em cinco episódios semanais, sempre às terças-feiras, "Vozes do Sul" traz o resultado de dezenas de entrevistas com acadêmicos e detentores do saber ancestral dos povos originários nos dois países sobre a ciência por trás do combate aos incêndios florestais, aos impactos da mineração, ao aquecimento das águas oceânicas e à influência da agropecuária no aquecimento global. O podcast também traz exemplos de inovação que Brasil e Austrália - onde abundam a força do sol, do vento, dos rios e das ondas - desenvolvem na área de energia renovável.

Essa é a essência da aventura que nossa equipe de jornalistas, liderada pela editora de Ambiente [Luciana Julião](https://theconversation.com/br/team#luciana-juliao), enfrentou para produzir o “Vozes do Sul”, cujos episódios 1 e 2 você pode ouvir agora - gratuitamente pelo nosso _player_ - ou tocando no botão da plataforma de áudio de sua preferência.

"Vozes do Sul" é uma coprodução do The Conversation Brasil com a [Universidade Federal do Pará (UFPA)](https://theconversation.com/institutions/universidade-federal-do-para-ufpa-2737), financiamento do [Council on Australia Latin America Relations...

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