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Juros altos: impacto na economia e pressões políticas

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 A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15% continua a influenciar significativamente a economia brasileira. Essa taxa, a mais alta em quase duas décadas, tem diversos efeitos sobre o mercado, afetando setores essenciais como construção civil, indústria e comércio. Pressões políticas para que o Banco Central reduza os juros são comuns, especialmente em anos eleitorais. No entanto, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, mantém a confiança do mercado ao afirmar que a política monetária atual é suficiente para trazer a inflação para a meta de 3% ao ano. Empresas em setores como construção e indústria estão enfrentando dificuldades com a alta dos juros. Um estudo da Abrainc aponta que, nos últimos anos, cerca de 800 mil famílias deixaram de ter acesso ao crédito imobiliário, reduzindo a elegibilidade para imóveis de até R$ 500 mil pela metade. Da mesma forma, dados da CNI indicam que 80% das indústrias veem a taxa de juros como uma barreira significativa para financiamento de curto prazo. Enquanto isso, o consumo está em queda, com 30,4% das famílias inadimplentes, o que leva as empresas a reavaliar seus planos de financiamento e investimento. O crédito caro e a retração econômica potencializam esse efeito, impactando também o mercado de trabalho no setor de comércio, que criou 138 mil postos até setembro, uma redução de 21,3% comparado a anos anteriores. Economistas já se posicionaram quanto às projeções futuras da Selic, esperando a manutenção das taxas atuais para os próximos anos, com uma redução progressiva esperada apenas a partir de 2026. Isso reflete as condições econômicas atuais e a resistência do Banco Central às pressões políticas, reforçando a necessidade de um enfoque em políticas fiscais mais equilibradas para criar um ambiente favorável à redução das taxas de juros no futuro.
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