Eu tinha cerca de 17 anos quando isso aconteceu. Cheguei em casa aos prantos, deitei no colo dos meus pais e confessei que não suportava mais o trabalho que tinha, que não sabia o que fazer da minha vida.
Meu pai, que sempre fez do trabalho um dos pilares que sustentaram nossa família, me disse que, se eu quisesse pedir demissão, estaria ao meu lado. Eu me sentia a pior pessoa do mundo ouvindo isso dele... logo ele, que sempre enxergou o trabalho como algo essencial, me acolhendo na decisão de desistir.
Meu pai me ensinou que família é sinônimo de segurança. Embora não fosse possível evitar, todas as vezes que o mundo desabava, sabia que tinha os braços dele para me amparar.
Ser amado é sempre bom e necessário, mas nos momentos de fracasso, quando acreditamos não ser dignos desse sentimento, o amor chega como um mertiolate em uma ferida: não elimina a dor, mas ajuda a sarar.
Essa é apenas uma pequena amostra do afeto que inundou minha vida desde o dia em que nasci. Se não fosse esse amor que recebi dos meus pais, talvez hoje eu estivesse apenas em busca de uma boa vida, e não aqui, falando sobre viver bem em mais um episódio.
Eu eternizei minha mãe por aqui, e agora meu pai.

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