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1º de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a AIDS - estamos mais próximos da cura?

1º de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a AIDS - estamos mais próximos da cura?

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Esta segunda-feira, primeiro de dezembro, é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. A data conversa diretamente com saúde pública e, por isso, nada mais natural do que repercutirmos no Interessa esse tema tão urgente e tão cheio de contrastes no Brasil.


No combate ao HIV, o país avança com força: os antirretrovirais distribuídos pelo SUS transformaram o vírus em uma condição controlável, e quando a pessoa atinge a famosa carga viral indetectável, praticamente zera a chance de transmissão - reforço do Ministério da Saúde. Os números de Belo Horizonte mostram isso na prática: queda de quase 14% nos diagnósticos entre 2023 e 2024. Em Minas Gerais, a curva também desce entre jovens de 20 a 34 anos, segundo a SES-MG. Mas a mesma estatística acende outro alerta: sete bebês foram infectados no último ano, todos com menos de um ano de idade, maior número desde 2020.

Enquanto isso, a corrida pela cura segue acelerada. Na Alemanha, pesquisadores identificaram anticorpos “superpotentes”, como o 04_A06, capazes de neutralizar mais de 98% das variantes analisadas em laboratório - achados destacados pela Nature e pela Sociedade Brasileira de Infectologia. O Brasil também brilha no cenário mundial com um estudo da Unifesp, liderado por Ricardo Sobhie Diaz, que combina antirretrovirais tradicionais com três medicamentos extras para acordar o vírus escondido nos chamados “reservatórios virais” - gânglios, mucosas, sistema nervoso. Esses esconderijos são o grande problema: o HIV fica ali, quietinho, esperando o tratamento parar para voltar à ativa. A abordagem brasileira tenta revelar esse vírus camuflado e ensinar o corpo a destruí-lo. A ousadia científica ganhou destaque em publicações como The Lancet HIV.

Mas quando olhamos para o comportamento humano… a história fica menos linear. BH registra queda nas infecções? Sim. Ao mesmo tempo, no Brasil, a cada 15 minutos alguém é infectado (Unaids). A PrEP e a PEP avançam? Sim. Mas Minas também viu nascer mais bebês soropositivos nos últimos quatro anos. O que explica tantos cenários diferentes? Estamos mais perto da cura, mas também mais longe da prevenção? As falhas no pré-natal ainda justificam o nascimento de crianças com HIV? E, principalmente: como evitar que a história siga se repetindo?

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